Propósito:
Esse estudo visa estabelecer bases claras para o relacionamento entre os solteiros, de tal forma que possam cumprir o propósito de Deus para suas vidas constituindo famílias alicerçadas sobre princípios bíblicos e que glorifiquem a Deus através de seu testemunho.
Além disso, visa uniformizar a visão e a prática sobre esse assunto entre as congregações vinculadas ao ministério do Jamê. Dessa maneira, cremos que muitos problemas serão evitados quando os solteiros dessas diversas congregações estiverem se relacionando.
Prefácio:
Deus tem restaurado a Sua Igreja. Quando afirmamos isso, estamos querendo dizer que Ele está restabelecendo verdades que se perderam com o passar dos séculos e excluindo outras práticas e conceitos que foram agregados à vida do Corpo de Cristo e que nada tem haver com o plano original de Deus para ela.
Precisamos ser humildes o suficiente para reconhecer que muitas das nossas práticas não são coerentes com o ensino bíblico e que nossa pregação, nossos conceitos e nosso estilo de vida estão impregnados do Humanismo (“o que vale é o que o Homem sente e o importante é a sua felicidade”) e do Secularismo que o mundo dita como regra.
Portanto, torna-se cada vez mais urgente que retornemos às verdades e ao padrão estabelecido pelo Senhor para sua Noiva, afim de vê-la sem mancha e sem ruga (Ef. 5:27), pronta para receber o Noivo.
Isso exigirá de nós coragem e perseverança para resistirmos à tentação de conduzir a Igreja segundo nossos próprios conceitos ou cedermos aos apelos feitos pela maioria para que abaixemos o padrão estabelecido por Deus (Rm 12: 1 e 2; Ef. 4:1).
Nós não temos autorização e nem autoridade para isso.
Que o Senhor nos capacite a nos manter firmes na carreira que nos está proposta. Amém.
Uma das verdades que tem sido restaurada nesses últimos anos é que Jesus veio para ser Senhor de nossas vidas e não apenas nosso Salvador.
Isso implica em saber que a partir do momento que O recebemos em nossas vidas como Senhor, passamos a obedecê-lo incondicionalmente, fazendo não a nossa, e sim a Sua vontade.
Entendemos que esse assunto (Com quem vou passar o resto da minha vida?) é o mais importante, depois da nossa decisão por Jesus e, portanto, só pode ser entendido e praticado de maneira conveniente por aqueles que já estão no Reino de Deus e assumiram sua condição de discípulos de Jesus, recebendo-O como Senhor de suas vidas (Lc. 14:28; Mt. 7: 24 a 27).
Entende-se como namoro aquele período de relacionamento onde as pessoas, implicitamente, adquirem certas “liberdades” que não teriam como amigos.
Beijar e abraçar de maneira sensual, trocar carícias íntimas e até a prática de relações sexuais são aceitos normalmente pela sociedade atual como sendo parte do processo natural desse relacionamento.
O nível de comprometimento entre as partes é muito superficial e o fato de terem esse grau de intimidade não garante um relacionamento estável e duradouro. Tudo é pensado de forma imediatista, onde o que vale é o agora, o prazer do momento, não se tendo nenhuma perspectiva de médio e longo prazo.
As ações e os pensamentos são direcionados para a busca da satisfação física e emocional de cada um.
O termo Namoro, no mundo, poderia se assim definido: ...”desejar muito, apaixonar-se, seduzir, olhar com insistência e cobiça."
Dessa forma, seu significado é: impureza, fornicação, sensualidade, superficialidade, passatempo (Gl. 5:19).
A escolha do parceiro (a) é orientada por padrões de beleza, bens, cultura, status e tudo aquilo que possa trazer algum tipo de benefício próprio.
Vale lembrar que, de alguns anos para cá, surgiu o FICAR que pode ser definido nas mesmas bases do namoro, porém, sem nenhum compromisso ou responsabilidade entre as partes e, geralmente, com duração de uma noite (Ex: Festa do “Cala boca e me beija”).
Existem, também, os que se dizendo ”entendidos no assunto” orientam para que os jovens não sejam promíscuos, mas busquem “o melhor momento”, “o parceiro certo”, “ouçam aquilo que o seu coração diz” e “nunca se relacionem sexualmente sem preservativos”.
As motivações, os alvos, as atitudes e as bases devem ser todas elas orientadas pela Palavra de Deus (Ec. 3:1 a 8, 11:9; I Co 13).
Gostaríamos, portanto, de sugerir algumas questões que julgamos importantes para um relacionamento sadio entre os solteiros.
Mas, gostaríamos de fazer um ressalva sobre o termo: No dicionário, ele também aparece como “... galantear, cortejar, atrair, cativar, inspirar, ficar encantado, etc.” que seriam significados positivos da palavra. Portanto, poderíamos afirmar que, deste ponto de vista, o termo se aplicaria perfeitamente a uma outra fase do relacionamento, ou seja, depois do casamento. Nessa etapa (depois de casados) devemos estimular o romantismo entre os cônjuges, como uma das formas de estabelecer um casamento sadio (A ordem correta é: NOIVADO – CASAMENTO – NAMORO).
Portanto, não devemos buscar relacionamentos que visam o casamento com pessoas incrédulas ou neófitas, por melhores que pareçam ser.
O casamento deve ser entendido em três âmbitos: espiritual, emocional e físico. No incrédulo, só existem dois: emocional e físico.
Não podemos ignorar que os sentimentos existem, afinal não estamos tratando de um acordo comercial. Porém, não podemos, também, nos deixar guiar por eles.
a) Amizade: Nessa etapa deve existir um relacionamento rico em comunhão, amizade, oração, evangelismo, lazer (passeios, lanches, esportes, etc.). É um período onde a prioridade é aprender a ser cavalheiro ou feminina, estudar, a ser organizado (quarto, roupas, tempo), submisso (pais, professores, líderes), dar um bom testemunho e ter seu caráter tratado (orgulho, vaidade, mentira, serviço, mansidão, etc.). Tempo para aprender a ouvir a Deus através de Sua Palavra, aprender a falar com Deus através da oração. É tempo de se preparar para um relacionamento futuro (Pv. 24:27). É o momento ideal para manifestar disposição em submeter o desejo de casar a Deus (Mt. 6:33; Ct. 2:7, 3:5, 8:4; Sl. 37:4 e 5).
b) Amizade com observação: Nesse ambiente de amizade pode surgir algum interesse especial. Essa observação deve ser com os olhos (não com a boca e nem com as mãos). É o tempo de orar especificamente, buscar conselho com os pais e discipuladores (Ef. 6:1 e 2; Hb. 13:17). Deve-se ser discreto para não deixar marcas emocionais nos envolvidos. Não deve ser buscado apenas com o intuito de suprir carências emocionais. Cuidado com os flertes, “paqueras” e “cantadas” que não manifestam um interesse verdadeiro e podem mexer com os sentimentos do outro (Pv. 26:18 e 19).
O que observar? Atitudes, reações, hábitos, trato c/a família, planos e alvos. Neles – Se é amoroso, não egoísta, não iracundo, decidido, trabalhador, serviçal, responsável, com iniciativa, fiel, seguro, cheio de fé, fervoroso, se é higiênico, se ronca , se tem mau hálito, chulé, etc.
Nelas – Não reclamona, trabalhadora, responsável, submissa aos pais, organizada, feminina, discreta, higiênica, etc.
Todos os itens observados em um podem ser observados no outro.
Uma vez observados esses pontos devemos nos perguntar:
- É o tempo de Deus?
- Já a(o) conheço o suficiente? (Relativo aos ítens acima)
- Tenho segurança de meus sentimentos?
- Sei qual é a direção de Deus para mim?
- Essa é a pessoa com quem quero me casar?
c) Amizade com compromisso: Se a resposta a essas perguntas for “não”, devo me afastar sem deixar marcas ou feridas e manter apenas a amizade. Porém, se a resposta for “sim”, significa que estou convicto de meus sentimentos, intenções e estou pronto para ir adiante no meu relacionamento. Podemos definir amizade com compromisso como sendo o relacionamento entre um rapaz e uma moça que pretendem se casar. Podemos dividir essa etapa em duas: Antes e depois.
Dados todos esses passos e havendo interesse recíproco, é hora de oficializar o compromisso. Isso deve acontecer de maneira pública (diante da congregação) e, se possível, com troca de alianças (noivado). É necessário que já exista, ao menos, um prazo estabelecido (não muito longo) para o casamento e metas para que esse prazo seja cumprido. Os noivos devem ser acompanhados pelos discipuladores, que os ajudarão a cumprir as metas estabelecidas como, por exemplo, onde morar, o que falta comprar, preparativos para o dia do casamento, propósito para a família, papel de cada cônjuge, etc..
Depois: Uma vez oficializado o compromisso, os noivos devem trabalhar a fim de alcançar as metas e o alvo final do casamento. Nessa etapa do relacionamento, eles deverão observar, mais do que nunca, os princípios de Santidade e Pureza que os guiará a uma conduta dentro da vontade de Deus (I Tess.4:3 a 7; Hb 12:14; Mt 5:8). Não podem se esquecer que, até o dia do casamento, são solteiros (irmãos em Cristo) e devem se portar como tal. Isso implica que não devem trocar carícias e beijos que estimulem a sensualidade ou os façam defraudar um ao outro. A regra é: Só devo fazer aquilo que faria se estivesse na frente dos pais dela(e), ou, não farei em oculto o que não faria diante dos outros (Pv. 20:21). Também, não devem se isolar ou ficar sozinhos em lugares desertos. A palavra de Deus nos fala de fugirmos da aparência do mal (I Tess. 5:22), portanto, não devemos dar brechas para que o inimigo se aproveite da situação e nos faça pecar. É um tempo para exercitar o domínio próprio (fruto do Espírito). Todas as vezes que há defraudação, o resultado é um conflito moral e um sentimento de acusação que nos impede de desenvolvermos integralmente nosso chamado e interrompe nossa comunhão com Deus e com os irmãos. É preciso que haja, rapidamente, arrependimento, confissão e uma mudança nas atitudes e hábitos para evitar novas situações semelhantes.
- Adão e Eva (Gn. 2:18 a 24)
- Isaque e Rebeca (Gn. 24)
- Jacó e Raquel (Gn. 29)
- José e Maria (Mt. 1 e 2; Lc. 1)
Nesses exemplos existem vários princípios e lições a serem tiradas. Queremos destacar alguns que são comuns entre eles:
a) Estavam envolvidos com Deus e com a Sua vontade;
b) O relacionamento visava, primeiramente, satisfazer a Deus;
c) Havia maturidade (física, emocional, espiritual, profissional);
d) Não buscaram o jugo desigual;
e) Confiaram e deixaram que Deus escolhesse;
f) Tinham um bom relacionamento com as suas famílias;
g) Os princípios de autoridade e submissão eram claros para eles;
h) Tinham idoneidade e responsabilidade;
i) Os noivos “pagaram o preço “ pelas suas noivas (valorizaram);
j) As noivas eram hospitaleiras, prestativas e submissas;
k) Não eram mulheres volúveis;
l) Os noivos eram trabalhadores e determinados;
m) Eles tinham proposta e alvos claros para o relacionamento.
Se, porém, chegarem à conclusão de que não devem se casar, podem e devem desfazer o compromisso. Melhor que isso aconteça antes do que um fracasso no casamento (decisão irreversível).
Essa decisão deve ser comunicada publicamente para que toda a congregação saiba que não estão mais comprometidos e livres para um novo relacionamento.
Se o compromisso foi desfeito porque uma das partes foi leviana ao se comprometer, os líderes daquela pessoa deverão corrigi-la devidamente.
Cremos, contudo, que situações como essa serão extremamente raras, devido as etapas estabelecidas nesse relacionamento.
Por tudo aquilo que vimos até aqui, podemos concluir que:
O ambiente ideal para que os relacionamentos sejam confirmados deve ser aquele onde haja muita amizade, companheirismo, convivência, etc., ou seja, no meio do Corpo de Cristo.
Nenhum jovem deve se comprometer, sem que antes tenha se definido e amadurecido nas seguintes áreas:
a) Física e moral – Uma pessoa em formação não pode assumir nenhuma responsabilidade como um casamento;
b) Emocional – Estável nos relacionamentos com sua família, sociedade, negócios, etc.;
c) Profissional – Ter condições mínimas de sustentar e dar uma vida digna para sua futura família;
d) Espiritual – Ter descoberto sua posição no Corpo, sua função e estar envolvido na vida de serviço e de comunhão da Igreja. A mulher foi chamada para ser auxiliadora idônea do homem, por isso a importância de que ele saiba qual é a sua missão, para que ela possa auxiliá-lo nesse serviço.
Fica claro que novos convertidos não estão aptos para assumirem esse tipo de compromisso.
Não há base bíblica para relacionamentos fora do Corpo de Cristo (jugo desigual). A igreja não pode abençoar aquilo que o Senhor de antemão desaprova.
Devemos evitar todo o tipo de “torcida organizada”, dando os famosos “empurrões” e incentivando relacionamentos que ainda não estão amadurecidos no coração do rapaz e da moça. Isso pode causar constrangimentos e pressioná-los a tomar decisões, às vezes, irreversíveis.
Os pastores devem resistir às pressões para baixarem o padrão estabelecido por Deus. Há um raciocínio no mundo onde o ERRADO passa a ser COMUM que passa a ser NORMAL. Corremos o risco de perder a postura de repulsa e considerar certos pecados como inevitáveis. Define-se PROFANO como aquilo que está entre o SANTO e o IMPURO (É o comum).
Os pais devem ser muito cuidadosos ao tratarem desse assunto, para não brincarem com os sentimentos de seus filhos ou gerarem algum tipo de ansiedade neles (Ex. “ Eu queria tanto que você se casasse com fulana(o))”.
O relacionamento comprometido deve ser pautado por princípios de Santidade e Pureza, de acordo com a Palavra de Deus.
Deve existir proposta e alvos claros no relacionamento para que este não se perca por falta de objetividade, torne-se muito longo e não aponte para o casamento. No reino de Deus não existem “namorinhos”.
Os casos de novos convertidos, que chegam no Reino na condição de namoro, deverão ser analisados pelos pastores individualmente.
Fontes:
• “Amizade e Observação” – Igreja no Rio de Janeiro.
• “Relacionamento entre os solteiros” – Igreja no Rio de Janeiro.
• “Namoro ou noivado? Tempos de acerto para o casamento” – Jamê Nobre.
• “Namoro sob o ponto de vista de Deus” – Oswaldo R. da Silva Jr.
• “Conflitos da Vida”- Larry Coy.
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