Certa vez, perguntaram a algumas crianças como elas entendiam a palavra amor. Elas, então, soletraram: T...E...M...P...O. Para elas, amar significava quanto tempo as pessoas dedicavam a elas. Na simplicidade da resposta dessas crianças, podemos encontrar este aspecto prático que, também, é muito importante no relacionamento conjugal: ter tempo para quem nos ama e para quem amamos. Sem dúvida, ter tempo para a pessoa amada é um fator fundamental para a sobrevivência do casal.
Acorreria da vida moderna, a competitividade no trabalho, a busca por bens materiais tomam quase a totalidade de nosso tempo e consomem quase toda a energia que dedicaríamos a quem amamos. Gastamos mais tempo com coisas e atividades do que com as pessoas que amamos. Não devemos ser irresponsáveis quanto aos compromissos que temos, nem com as decisões do dia-a-dia. Porém, também deveríamos ser responsáveis pelo aumento e crescimento do relacionamento conjugal. E aí surge nossa maior dificuldade: ser equilibrado nas várias áreas de nossa vida e saber disponibilizar nosso tempo para todas essas áreas. O que deveríamos evitar, sem dúvida, é que os compromissos e responsabilidades do cotidiano nos esgotem totalmente, a ponto de sobrar para nosso cônjuge somente o resto do que somos.
Dessa forma, em nossa escala de prioridades, devemos separar algum tempo para quem amamos e/ou para quem nos ama.
Nesse caso, como cristãos, deveríamos aprender a ter tempo para o Senhor nosso Deus, reconhecendo Seu grande amor por nós e confessando que, sem Ele, não conseguimos nada (João 15:5). Sem Ele, não conseguimos amar como deveríamos a nosso cônjuge. Sem Ele, não temos paciência, tampouco sabemos administrar o que Ele nos tem dado, quer seja família, casa, emprego, dinheiro, etc. Sem Ele, não temos a verdadeira paz tão necessária para tomar as decisões importantes de nossa vida (Colossenses 3:15). Sem Ele, não conseguimos negar a nós mesmos, quando achamos que estamos certos; e, sem Ele, não conseguimos reconhecer que estamos errados, quando de fato o estamos.
De cada dia precisamos usar os primeiros momentos para declarar que dependemos Dele e que estamos abertos para ser fortalecidos por Ele com poder mediante Seu Espírito no homem interior (Efésios 3:16). Afinal, Ele é quem faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor (Isaías 40:28-31). Se dermos ao Senhor alguns minutos do início de nosso dia, certamente Ele irá multiplicar nossas forças e iluminar nossos caminhos e decisões. Não considere seu casamento sem esperança. Se separarmos um tempo para estar com o Deus da esperança, tornar-nos-emos ricos de esperança no poder do Espírito Santo (Romanos 15:13).
Portanto, se amamos o Senhor, precisamos aprender a disponibilizar um tempo para estar com Ele, invocando Seu nome, ou em oração ou tomando Sua Palavra com oração. Não pense que isso não tem nada a ver com sua vida conjugal. Sem esse tempo com o Senhor, você e seu cônjuge serão sufocados por todos os cuidados do dia e, como disse o próprio Senhor Jesus: "Basta ao dia o seu próprio mal" (Mateus 6:34). O Senhor já revelou que nos ama dizendo que estaria conosco "todos os dias até a consumação do século" (Mateus 28:20). E nós? temos estado com Ele?
Em nossa escala de prioridades, também devemos separar um tempo para nossa família. Quando falamos de tempo, não estamos falando de estar meramente juntos debaixo do mesmo teto. Estamos falando em tempo para relacionamento, para comunicação, para compartilhar as experiências, quer positivas, quer negativas. Precisamos de tempo um com o outro para nos conhecermos melhor. Precisamos de tempo para orar um pelo outro e para orar pelas decisões que afetam o casal. Se não usamos bem o pouco tempo que temos um com o outro, como desenvolver nosso relacionamento de maneira saudável?
Certa vez um marido, desculpando-se de não poder ir às reuniões especiais que a igreja estava tendo naquela semana, disse que precisava estar com sua família. Aparentemente, parecia uma desculpa bastante nobre. Porém, durante aquela semana, outro irmão foi visitá-lo e encontrou-o em casa, assistindo a seus programas televisivos. Ao ser perguntado sobre seus filhos e esposa, ele simplesmente não sabia. Porém continuou afirmando que estava em casa por causa da família. Na verdade, estava enganando a si mesmo, pois estava em casa fazendo, de forma egoísta, o que ele queria, e não usando o tempo disponível com a família como havia dito. Infelizmente, cegado por seus próprios pensamentos e desejos, estava incapacitado de perceber que a esposa e filhos precisavam dele, isto é, de sua atenção.
Há também quem tente subornar o relacionamento conjugal por meio de dar coisas para o cônjuge. Isso não é ruim, porém, se não dermos a nos mesmos primeiramente, pouco valor haverá naquilo que damos e, ao contrário do que pensamos, as coisas que damos se tornarão um símbolo mesquinho de troca; é como se disséssemos: "Como eu não posso estar com você, fique com isso ...... Lembremos do grande amor do Senhor que nos é mostrado em Gálatas 2:20: "Vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo se entregou por mim ". Nada prova mais o amor do Senhor do que Ele ter dado a Si mesmo por nós. Certamente nisso precisamos imitar nosso Senhor!
Fonte: Jornal Árvore da Vida nº 143
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